Furto de
celulares: veja quem deve ser responsabilizado
Criminosos
se aproveitam de eventos cheios para levar o aparelho de quem está ali para se
divertir. Mas quem é responsável pela falta de segurança: governo ou
organizadores?
Ir a
festivais, shows e festas privadas no Distrito Federal pode ser sinônimo de
prejuízo. Os ingressos, que, em diversas situações, são caros, não limitam a
entrada de pessoas mal-intencionadas. Os registros de roubos e furtos são
constantes em dias de aglomerações. O principal alvo desses criminosos são os
celulares: um objeto pequeno e de alto valor. Basta uma distração, e a bolsa já
está aberta ou o aparelho não está mais no bolso. Segundo a Secretaria de
Segurança Pública e da Paz Social (SSP), de janeiro a abril de 2017, 2.176
celulares já foram furtados ou roubados na capital. Afinal, de quem é a
responsabilidade pela segurança dos frequentadores desses eventos?
De acordo
com o subsecretário de Operações Integradas, Leonardo Sant’Anna, ligado à
Secretaria de Segurança Pública, dentro das festas, a proteção deve ser feita
por uma empresa contratada pelos organizadores. Mas, segundo ele, falta
interesse dos empresários em investir na segurança dos clientes. "Jamais
vamos dizer que não devem ter festas em Brasília, porém, é necessário que haja
uma preocupação maior em relação a isso, ou vamos continuar a ter problemas. O
lucro desses eventos é muito alto, o que permite um investimento maior nesse
setor", defende.
Distração
De acordo
com o major da Polícia Militar Michello Bueno, responsável pela comunicação, as
pessoas que participam dessas ações fazem parte de quadrilhas altamente
especializadas. "Têm aqueles que furtam e os que guardam. Agora, está
sendo comum usarem uma calça de lycra por debaixo de outra. Ali, cabem,
aproximadamente, 30 ou até 40 aparelhos. São muito profissionais", relata.
As vítimas,
segundo a polícia, são aquelas que estão desatentas e com o teor alcoólico mais
alto. "Não perdoam, pois é um crime fácil e com uma pena amena. Ou seja,
para eles compensa, pois o lucro é muito grande. E as vítimas estão sempre com
o objeto na mão, pois é normal querer registrar o evento e postar nas redes
sociais. E é justamente nesse momento que eles observam e preparam para
praticar o delito", alerta.
A estudante
Larissa Mota, 22 anos, é também umas das pessoas que já tiveram o celular furtado.
Em 2016, ela esteve em um show dentro do Estádio Mané Garrincha e, quando foi
ao banheiro, de repente, sentiu alguém puxar sua bolsa. Ao olhar para trás, viu
dois homens correndo e notou que sua bolsa estava aberta e vazia. "Eu nem
tive reação na hora. Me perdi das pessoas que estavam comigo e não tinha como
me comunicar com elas.
Quando fui procurar ajuda dos
seguranças, me falaram que não podiam fazer nada, pois não eram polícia e só
estavam ali para apartar possíveis brigas", relatou.
Larissa
chegou a fazer o boletim de ocorrência, mas não conseguiu ter o aparelho de
volta.
Porém, a
estudante tinha uma informação que ajuda, muitas vezes, a Polícia Civil a
localizar diversos aparelhos frutos de roubo, furto ou receptação, que é o
número de IMEI. Cada celular possui essa identificação e, quando o objeto chega
às autoridades, é possível promover o rastreamento e até descobrir quem o
roubou ou o receptou. É de extrema importância que o consumidor, ao adquirir o
celular, anote e guarde esse número que vem na caixa ou no próprio aparelho, no
local da bateria.
Segundo a
Secretaria de Segurança Pública, a maioria das pessoas que cometem esse tipo de
delitos durante as grandes festas está em uma faixa etária de 15 a 24 anos.
Aproximadamente, 40% dos adolescentes ou dos adultos envolvidos nesse crime já
foram apreendidos ou presos, pelo menos, cinco vezes.
Penalidades
Dados
apontam que, só naquele dia 6 de maio, foram registradas 121 ocorrências em
toda a região administrativa de Brasília, que inclui Asa Sul e Asa Norte e a
região central. Só no Villa Mix, foram 407 queixas. A Secretaria de Segurança
Pública (SSP) revela que a organização do evento recebeu uma notificação, pois
o número de pessoas presentes na festa foi superior ao que eles tinham
repassado para o órgão e a quantidade de profissionais de segurança, inferior
ao que havia sido solicitado.
Todos os
eventos que ocorrem na capital precisam ser cadastrados e detalhados na SSP. A
Secretaria tem equipes que fiscalizam, no dia da realização, todas as regras
previamente acordadas; caso seja diferente, os organizadores são notificados.
De acordo com o órgão, os eventos cadastrados em 2017, em Brasília, bateram
recorde em relação aos outros anos. A expectativa é de que, até dezembro, o
número chegue a 15 mil. Durante todo o ano de 2016, foram 10.939
cadastramentos.
Cuide do que
é seu
Nunca vá
sozinho ao local no qual o aplicativo de rastreio indica onde está o celular.
Informe à polícia.
Em caso de
roubo ou furto, registre ocorrência na delegacia.
Evite mostrar
o celular em lugares públicos.
Não guarde o
telefone no bolso traseiro da calça.
Na rua, não
ande e digite ao mesmo tempo.
Atenção na
hora de fechar a bolsa.
Fonte:
CorreioBraziliense
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